Conheça a história da Libras, a Língua Brasileira de Sinais

Capa do texto sobre a Libras. Imagem retangular na horizontal com fundo na cor azul. No centro existe a ilustração de um livro aberto e uma lâmpada com o símbolo de Libras em cima.

Vamos começar com um pequeno quiz: O que é a Libras?

a) A moeda utilizada na Inglaterra

b) O signo da minha melhor amiga

c) A Língua Brasileira de Sinais, uma das línguas reconhecida por Lei no Brasil 

Não dá para dizer que as alternativas A e B estão erradas, mas a alternativa C é uma resposta que pouca gente acerta. Tem três detalhes importantes nessa resposta que às vezes passam despercebidos. O primeiro é que a Libras é, sim, uma línguae não uma linguagem. O segundo é que ela é um idioma reconhecido por lei no nosso país – com estrutura e regras próprias – e não um monte de gestos que explicam o português. Por último, a Libras é a língua de sinais brasileira, o que significa que não é universal e que sua história é parte da história do Brasil.

E essa história é longa e ainda está sendo escrita (ou melhor, sinalizada! 😆), então vamos conhecê-la!

Imagem retangular, na horizontal, com fundo laranja escuro. No canto esquerdo há uma cadeira de rodas e um olho e uma orelha com traços em cima, simbolizando diferentes deficiências. No centro lê-se em branco "Como investir em acessibilidade pode ser um trunfo no crescimento da sua organização.". No canto direito há um botão amarelo retangular de bordas arredondadas, com o texto em laranja: Baixe o ebook grátis".

Qual a origem da Língua Brasileira de Sinais?

A história da nossa língua de sinais se mistura com a história dos surdos no Brasil. Até o século XV os surdos eram mundialmente considerados como ineducáveis. A partir do século XVI, com mudanças nessa visão acontecendo na Europa, essa ideia foi sendo deixada de lado. Teve início a luta pela educação dos surdos, na qual ficou marcada a atuação de um surdo francês, chamado Eduard Huet. Em 1857, Huet veio ao Brasil a convite de D. Pedro II para fundar a primeira escola para surdos do país, chamada na época de Imperial Instituto de Surdos Mudos. Com o passar do tempo, o termo “surdo-mudo” saiu de uso por ser incorreto (a gente falou sobre isso, mas a escola seguiu forte e funciona até hoje, com o nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos – o famoso INES.

A Libras foi criada, então, junto com o INES, a partir de uma mistura entre a Língua Francesa de Sinais e de sinais já utilizados pelos surdos brasileiros. Ela foi ganhando espaço pouco a pouco, mas sofreu uma grande derrota em 1880. Um congresso sobre surdez em Milão proibiu o uso das línguas de sinais no mundo, acreditando que a leitura labial era a melhor forma de comunicação para os surdos. Isso não fez com que eles parassem de se comunicar por sinais, mas atrasou a difusão da língua no país.

Com a persistência do uso e uma crescente busca por legitimidade da Língua de Sinais, a Libras voltou a ser aceita. A luta pelo reconhecimento da língua, no entanto, não parou. Em 1993 uma nova batalha começou, com um projeto de lei que buscava regulamentar o idioma no país. Quase dez anos depois, em 2002, a Língua Brasileira de Sinais foi finalmente reconhecida como uma língua no Brasil.

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A história recente

Essa conquista se somou a outras mais atuais, que sempre passaram pelo campo da legislação. Nos últimos anos não foram poucas as leis e recomendações que buscaram regulamentar aspectos da Língua de Sinais para propagar seu o uso e garantir direitos a comunidade surda e a outras pessoas que se comunicam por meio dela:

  • 2004: Lei que determina o uso de recursos visuais e legendas nas propagandas oficiais do governo;
  • 2008: Instituído o Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de Setembro, considerado o mês dos surdos;
  • 2010: Foi regulamentada a profissão de Tradutor e Intérprete de Libras;
  • 2015: Publicação da Lei Brasileira de Inclusão (ou Estatuto da Pessoa com Deficiência), que trata da acessibilidade em áreas como educação, saúde, lazer, cultura, trabalho etc.;
  • 2016: Anatel publica resolução com as regras para o atendimento das pessoas com deficiência por parte das empresas de telecomunicações;

Mesmo com todos esses avanços, a Libras ainda é pouco conhecida e usada entre os ouvintes. Para mudar essa realidade precisamos tratar a Língua Brasileira de Sinais como realmente nossa, defendendo-a e procurando aprender mais sobre ela. Você sabia que existem diversos cursos de Libras gratuitos e online? A gente fez uma lista com 5 maneiras de aprender o idioma sem custo, que tal começar por lá?

O que mais você acha que pode ser feito para difundir a nossa língua de sinais no Brasil? Mande suas sugestões nos comentários! 😉

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