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5 soluções de tecnologia para acessibilidade de navegação na web

Capa blog post sobre tecnologia para acessibilidade. Imagem retangular na horizontal com fundo na cor verde. Ao centro existe a ilustração de uma página na web com uma lâmpada e uma mão aberta à frente.

De acordo com a pesquisa PNAD 2014, no Brasil 57% das Pessoas com Deficiência utilizam a internet com frequência. Por mais que marquem uma considerável presença no mundo online, elas encontram enormes barreiras para uma navegação com autonomia. Um estudo realizado pelo Movimento Web para Todos junto com o BigData Corp mostrou que dos 14 milhões de sites brasileiros avaliados, menos de 1% é considerado acessível para Pessoas com Deficiência. 

Soluções como softwares e serviços de acessibilidade podem auxiliar nestes desafios que essas pessoas têm ao usar a internet. No entanto, todas as tecnologias assistivas funcionam de forma mais eficaz quando os criadores de conteúdo seguem as melhores práticas de acessibilidade na web. 

Por isso, vamos apresentar cinco soluções de tecnologia que permitem uma navegação na internet com mais conforto — e explicaremos como o design acessível também pode ajudar essas tecnologias a oferecer a melhor experiência possível.

1. Software de leitura de tela

Leitores de tela convertem texto em fala sintetizada ou saída em braille. Pessoas com deficiência visual costumam fazer o uso desse tipo de solução regularmente, embora algumas delas prefiram lupas de tela (que discutiremos mais adiante neste texto).

Leitores de tela populares incluem JAWS, Apple VoiceOver, NVDA e Android TalkBack. Cada leitor tem recursos e limitações diferentes, mas a maioria dos programas são aplicativos independentes, ou seja, não fazem parte do navegador da web do usuário. 

As Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web (WCAG) são o padrão mais amplamente reconhecido para acessibilidade de sites. Várias diretrizes WCAG são especialmente importantes para uma melhor experiência das pessoas que fazem o uso de leitores de tela, algumas delas:

  • O conteúdo não textual deve sempre ter uma alternativa de texto. Por exemplo, as imagens devem contar com descrições alternativas que explicam o propósito daquela figura naquele site.
  • Os leitores de tela precisam entender o idioma de uma página para seguir as regras da língua daquele país, como por exemplo a pronúncia correta das palavras. É importante definir o idioma de cada página usando a marcação HTML padrão.
  • Os sites devem contar com subtítulos claros e descritivos em uma ordem lógica. A maioria dos usuários da internet “explora” uma página para encontrar as informações que precisam — os usuários de leitores de tela não são diferentes. Usando subtítulos em ordem sequencial, os desenvolvedores podem melhorar a experiência de navegação para pessoas que usam tecnologias assistivas.

Esta certamente não é uma lista abrangente: as WCAG contêm dezenas de outras diretrizes que podem melhorar a acessibilidade do leitor de tela, portanto, revise os princípios e pontos de verificação das WCAG ao criar seu conteúdo.

2. Serviços de legenda

Nos últimos anos, os serviços de legenda estão sendo cada vez mais exigidos, não somente por pessoas com deficiência auditiva, que dependem desse recurso para compreender o conteúdo, como por pessoas que preferem consumir certos materiais sem áudio. Embora muitos aplicativos de videoconferência e reprodutores de mídia ofereçam legendas automáticas, elas não são perfeitas e acabam prejudicando o entendimento do que está sendo transmitido. Por isso, contar com serviços de legendas por profissionais as tornam mais precisas.

As WCAG exigem legendas para “todo conteúdo de áudio pré-gravado em mídia sincronizada, exceto quando a mídia for uma alternativa para algum texto e estiver claramente rotulada como tal”. 

3. Ferramentas de ampliação de tela

Pessoas com deficiência visual podem ampliar o conteúdo das páginas web para torná-las legíveis ou reduzir o cansaço visual. Os navegadores da internet oferecem a opção de “zoom”, aumentando o tamanho do conteúdo, mas os softwares de ampliação de tela funcionam de maneira diferente. Ferramentas como MAGic, Windows Magnifier, ZoomText e Zoom da Apple expandem uma seção da tela por vez, o que preserva o layout do site. 

Sabemos que muitas pessoas ainda vão preferir usar a função de zoom em seus navegadores, portanto, não assuma que todas as pessoas com baixa visão usarão software autônomo ao acessar seu site. O ideal é seguir o critério 1.4.4 das WCAG, “Redimensionar texto”, que exige que o conteúdo possa ser ampliado em 200% sem perder conteúdo ou funcionalidade — e sem o uso de ampliadores de tela ou outras tecnologias assistivas. 

4. Software de reconhecimento de voz

A solução de reconhecimento de voz permite que os usuários controlem seus navegadores, ditem texto e interajam com sites usando suas vozes. Pessoas com deficiências físicas, condições cognitivas, dificuldades de aprendizado ou problemas crônicos de saúde, como lesões por esforço repetitivo (LER), utilizam desse tipo de ferramenta, por exemplo. 

A maioria dos sistemas operacionais possui softwares de reconhecimento de fala integrados, que dependem das melhores práticas de acessibilidade do teclado. Os usuários esperam comandos comuns (como “ir para a próxima página”) para usufruir com uma maior independência. 

Aqui estão algumas recomendações WCAG que podem melhorar a experiência de navegação para usuários de reconhecimento de fala:

  • Forneça um indicador visual claro de qual elemento tem o foco atual. Sem indicadores de foco visíveis , os usuários podem não saber o que estão controlando. Um teste rápido: use a tecla “Tab” para navegar em seu site. Se você não conseguir identificar qual elemento está em foco, seus usuários também não conseguirão.
  • Use rótulos e identificadores para elementos interativos. O rótulo de cada elemento deve corresponder ao nome programático. Por exemplo, se um usuário ver a palavra “Enviar” em um botão de formulário, ele poderá dizer “enviar” para preencher o formulário. 
  • Corrija qualquer “armadilha de teclado”, como por exemplo quando os usuários são impedidos de navegarem em seu site depois de focar em um determinado elemento. Isso resulta em um dos problemas de acessibilidade mais frustrantes.

Em última análise, se o seu site for acessível para usuários de teclado, provavelmente será acessível para a maioria das ferramentas de reconhecimento de fala. 

5. Plugin de acessibilidade em Línguas de Sinais

Grande parte das pessoas surdas utilizam as Línguas de Sinais como meio de comunicação e dependem desse recurso também para consumir conteúdo online. Isso acontece porque elas possuem dificuldades com as línguas escritas, uma vez que a estrutura gramatical é diferente das línguas de sinais. Por isso, permitir a autonomia desse público com uma ferramenta que traduza o conteúdo que elas estão visualizando para a sua língua faz toda a diferença. Uma iniciativa como essa é permitir a independência de milhões de usuários que só no Brasil representam 5% da população. 

O Hand Talk Plugin é uma solução que contribui na quebra das barreiras que existem no mundo digital e que a comunidade surda se depara diariamente. Com o apoio dos simpáticos tradutores virtuais Hugo e Maya, o plugin traduz os conteúdos de texto e imagens (com descrição alternativa) dos sites para a Língua Brasileira de Sinais. Um simples clique no botão, localizado na lateral da página, torna a web mais acessível para esse público. 

Além dessas soluções promoverem uma internet mais justa para as Pessoas com Deficiência, pensar em acessibilidade digital é beneficiar toda a sociedade e corresponder às exigências de órgãos reguladores. É estar de acordo com a Lei Brasileira de Inclusão

Banner com fundo azul escuro, Do lado esquerdo o Hugo com símbolos de tecnologia ao redor. No centro está escrito "Torne a experiência dos usuários surdos positiva em seu site. Do lado direito, o botão de "saiba como"
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