As nossas diferenças são a nossa força enquanto espécie e enquanto comunidade mundial.
– Nelson Mandela
Somos todos diferentes e o mundo fica melhor quando as pessoas entendem as outras em suas diferenças, mas isso é difícil. Aceitar o outro requer conhecimento sobre sua condição e realidade e a gente precisa de empatia pra entender como os outros se sentem. Com a comunidade surda é igual: quanto mais sabemos sobre nossos amigos surdos, mais fazemos da nossa comunidade mais inclusiva e justa 🙂
Então, para você já ter um primeiro contato, aí vão 5 fatos sobre a comunidade surda que você deveria saber:
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é língua reconhecida por lei no Brasil desde 2002. Ela é uma língua completa (e não linguagem), com estrutura gramatical própria. Na Libras, por exemplo, não existem tempos verbais ou artigos – a organização das informações é totalmente diferente do português. Não só os sinais são importantes, mas também as expressões faciais e corporais. Dependendo do sinal, ele pode ser igual nas mãos, mas com uma expressão diferente, ele pode mudar todo o sentido de uma frase.
De acordo com a WFD (Federação Mundial dos Surdos, na sigla em inglês), 80% das pessoas surdas de todo o mundo têm baixa escolaridade e problemas de alfabetização. Para analisar esse dado, é importante termos em mente quem são as pessoas surdas. Na maioria dos casos, alguém se identifica dessa forma quando faz parte da comunidade surda. Ou seja, se engaja em pautas, associações e lutas em prol das pessoas surdas, e tem como primeiro idioma uma Língua de Sinais.
No Brasil a situação não é tão diferente desse cenário global, já que a maioria das pessoas surdas não tem uma boa compreensão do português. Ou seja, não entendem ou têm dificuldades para ler e escrever. Por conta disso isso, muitas delas dependem da Língua de Sinais para se comunicar e obter informação. A dificuldade de aprendizado da língua portuguesa escrita pode estar ligada a diversos fatores, como a dificuldade de aprender através da fonética e som, a aquisição de linguagem tardia, ou mesmo, a diferença da estrutura gramatical da Libras e do português.
Como qualquer outra língua, cada local tem seu desenvolvimento próprio. Por exemplo, nos Estados Unidos a língua de sinais utilizada é a American Sign Language (ASL) e em Portugal é Língua Gestual Portuguesa (LGP), ambas são diferentes da Libras. As Línguas de Sinais têm direito inclusive a regionalismos, assim como temos aipim, macaxeira e mandioca, também há sinais diferentes para a mesma palavra dentro do mesmo país.
O termo surdo-mudo é incorreto e nunca deve ser usado. A pessoa ter uma deficiência auditiva não significa que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência e é raro ver as duas acontecendo ao mesmo tempo. A realidade é que muitas pessoas surdas, por não ouvirem, acabam não desenvolvendo a fala.
Em janeiro de 2016 entrou em vigor a Lei Brasileira de Inclusão (LBI). A lei promove mudanças significativas em diversas áreas como educação, saúde, mobilidade, trabalho, moradia e cultura. Uma das conquistas importantes é do acesso a informação, agora que os sites precisam estar acessíveis. Além disso, também é exigido que os serviços de empresas ou órgãos públicos ofereçam acessibilidade para as pessoas com deficiência.
Muito bacana conhecer melhor a comunidade surda, né? Um mundo mais tolerante é feito de pessoas interessadas e empáticas.
Se você se interessou pelo tema, não deixe de baixar o app gratuito da Hand Talk! Bora aprender os primeiros sinais em Libras e fazer com que a Língua chegue a cada vez mais pessoas?! 🙂
E se quiser, esse texto já ganhou uma sequência: 5 coisas sobre a comunidade surda que você não sabia – Parte II!
Texto escrito por Pedro Branco