Estar nas primeira posições do Google comprovadamente direciona o tráfego das buscas para o seu site. Quanto mais acima se está no mecanismo de busca, maior é número de acessos – o primeiro resultado tem, em média, 32,9% de todo o tráfego. E isso, naturalmente, gera uma grande competição entre as organizações para alcançar o topo das buscas. O investimento em SEO (Otimização para Motores de Busca, na sigla em inglês) explodiu nos últimos anos, e não é difícil encontrar artigos e dicas sobre o que fazer para melhorar a sua posição no ranking do Google.
Mas, uma coisa que pouca gente aborda é como a acessibilidade do site pode ser uma forma de melhorar o ranking das páginas. A gente vai te mostrar o que uma coisa tem a ver com a outra e como você pode aproveitar essa oportunidade para otimizar o seu site e aumentar os acessos!
Para quem não conhece muito sobre SEO, vale fazer uma pequena explicação. O Google e os outros buscadores usam de algoritmos para calcular a posição que uma página deve ocupar nos resultados das buscas. Esses algoritmos são compostos de vários critérios que buscam compreender a relevância de um site para a palavra-chave pesquisada. No caso do Google, não se sabe exatamente quais e quantos são esses critérios. Mas pesquisas de especialistas e entrevistas com profissionais da empresa mostram que há ao menos 200 fatores envolvidos!
A qualidade do conteúdo, o uso adequado das palavras-chave e a organização do site são os primeiros pontos que as pessoas costumam trabalhar para melhorar no ranking. Mas, quando todo mundo já faz isso, é necessário se dedicar a outros aspectos para conseguir se destacar. E a acessibilidade do site entra justamente aí! 🤗
Acessibilidade digital é a capacidade de um site de ser flexível o suficiente para atender o maior número de pessoas possível, independente das necessidades delas e das tecnologias assistivas que usam para navegar. Ou seja, em um site acessível, todo o conteúdo pode ser aproveitado integralmente, sem que as preferências de navegação do usuário afetem a sua experiência.
O resultado disso é que os sites com acessibilidade têm as portas abertas para um público de mais de 17 milhões de brasileiros que possuem algum tipo de deficiência, além de também facilitarem a navegação dos idosos, por exemplo. Ou seja, um site acessível é naturalmente mais acessado, por permitir que um público maior o utilize. E o aumento do tráfego é justamente o objetivo final do SEO!
Além disso, podemos considerar que o algoritmo do Google é um usuário cego. Afinal de contas, ele percorre o conteúdo do site de forma automática, como um leitor de tela faz. A diferença é que um usuário cego consegue entender os contextos muito melhor que o Google. Logo, um site que está acessível para cegos e para as pessoas com outras deficiências vai ser percebido pelo buscador como um site mais relevante e bem estruturado.
O segredo está na Experiência do Usuário (UX, na sigla em inglês), um aspecto que sempre recebe a atenção dos programadores na hora de desenvolver os sites. Há diversos fatores que influenciam a UX, como a própria acessibilidade, a usabilidade do site, a estruturação do conteúdo e o design. E a maioria desses aspectos são considerados pelo Google na hora de definir quem deve aparecer primeiro nos resultados. E como muitas vezes eles se misturam (o design pode influenciar a acessibilidade, por exemplo), otimizar um deles pode te ajudar a otimizar os outros.
E é sobre isso que vamos falar agora!
O senso comum pode te fazer pensar que acessibilidade digital é uma coisa complicada, mas não se engane. Além de ser uma grande oportunidade de negócio (clique para ler o post), as adaptações de acessibilidade não exigem nada que fuja muito dos conhecimentos básicos de qualquer programador. Além disso, grande parte das iniciativas pode ser executada pelos designers ou por quem escreve e edita os textos.
Como as diferentes deficiências que as pessoas podem ter requerem recursos de acessibilidade diferentes, vamos agrupar nossas dicas de acordo com os principais grupos de deficiência, para facilitar a compreensão. Mas isso não significa que você deva pensar em cada grupo de forma isolada, já que uma mesma pessoa pode ter mais de uma deficiência. Vale lembrar que as práticas de um grupo também podem ser benéficas para as pessoas de outro grupo, inclusive para quem não tem deficiência!
Vamos às dicas! 👇
Sempre que o seu site apresentar imagens, uma alternativa textual para elas deve estar presente, para que os leitores de tela reconheçam o conteúdo. As descrições alternativas (ALT) também são úteis para os usuários videntes, pois são exibidas caso as imagens não sejam carregadas.
Imagens com descrição alternativa são reconhecidas mais facilmente pelos mecanismos de busca, o que aumenta a visibilidade do site. O ALT também é um espaço ótimo para utilizar a palavra-chave em que você busca se posicionar. Dá uma olhada nas imagens desse post, por exemplo, e você vai ver que todas seguem essas dicas! 😉
Essa dica é especial para os designers. Colocar um contraste mínimo entre as cores de fundo e as cores dos textos do site é essencial para que todos consigam compreender as informações. Isso também vale para as imagens e outros elementos visuais coloridos do site.
A recomendação é utilizar calculadoras de contraste (clique para acessar) ou ferramentas de análise de contraste (clique aqui), que auxiliam na escolha das cores. Outra opção é disponibilizar uma versão de alto contraste para o site (veja um exemplo aqui). Há ferramentas que fazem isso de forma automática, como a Browse Aloud.
Estima-se que cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres do mundo tenham dificuldade para diferenciar cores, ou seja, sejam daltônicos. Para que a experiência de navegação dessas pessoas não seja comprometida é importante que as informações do site não dependam das cores. Ou seja, se os links de um post do seu Blog só se diferenciarem do resto do texto pela cor – sem o uso de negrito ou sublinhado – os usuários daltônicos não perceberão essa diferença e não captarão a informação.
As principais dicas são utilizar recursos de destaque não relacionados a cores e, mais uma vez, se atentar às cores escolhidas. Ferramentas como o Colorblind podem te ajudar a enxergar a sua página como um daltônico a vê. Assim você pode realizar as correções e deixar tudo acessível!
Nem sempre um bom texto é aquele que traz o máximo de informação. A organização e a apresentação das ideias são tão importantes quanto o próprio conteúdo. Simplificar a leitura é de grande ajuda para quem tem deficiência intelectual, mas facilita a vida de todo mundo!
Na hora de escrever, preste atenção na hierarquia dos títulos e subtítulos (também conhecidos como heading tags). O título com a tag H1 deve sempre trazer a informação de maior relevância e ser seguido pelos títulos H2, H3 e assim por diante. Isso significa que um “título menor” sempre deve estar dentro de um “título maior”, assim como a gente fez nesse post! Se você observar, vai perceber que a leitura fica mais fluida e que é mais fácil de encontrar as informações no texto. E o mesmo funciona para o Google, que consegue escanear o texto com mais facilidade e melhorar o posicionamento dele nas buscas.
Outra dica que melhora a experiência dos usuários é a simplificação do texto. Prefira sempre as frases curtas e na ordem direta (Sujeito -> Predicado -> Complemento). Evite usar palavras muito difíceis, pois isso pode dificultar a leitura de quem tem dislexia. E se um termo técnico for necessário, explique o seu significado. O mesmo vale para termos em inglês, já que nem todo mundo é fluente na língua. Se as explicações não couberem no seu texto, use links para páginas com mais informação sobre as palavras. O Google verifica a qualidade dos links externos para entender se você é confiável, então capriche nas citações!
Como a gente comentou nesse post de Curiosidades sobre a Comunidade Surda, há uma diferença entre quem se identifica como surdo e como deficiente auditivo. As pessoas com deficiência auditiva geralmente são oralizadas e têm o português como primeira língua. Já as surdas se comunicam em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e participam da comunidade surda. Sendo assim, é importante que os conteúdos estejam disponíveis nos dois idiomas, já que ambos são línguas oficiais do Brasil.
No caso de vídeos, sempre disponibilize as legendas e a janela de Libras. Há programas que fazem a legenda automaticamente para você revisar – o que facilita o trabalho. Colocar as legendas também possibilita a tradução automática para Libras, caso seu site possua um software que faça isso. Vale lembrar que 80% dos surdos do mundo não compreendem as línguas escritas, o significa que os textos também precisam ser traduzidos para Libras. Nessas horas, o Hugo pode te ajudar!
Algumas pessoas com deficiência motora não conseguem utilizar o mouse para navegar. Logo, é importante que o seu site não dependa dele para realizar funções específicas. Crie atalhos de teclado para a navegação e tenha à disposição tecnologias assistivas como a eSSENTIAL ACCESSIBILITY. A plataforma permite o controle do cursor com movimentos da cabeça e comandos de voz, dando acesso a quem não usa mouse e teclado. Você pode conhecer mais sobre o software clicando aqui.
Outra dica simples é aumentar a área de clique dos botões do site. Muitas vezes, os usuários não têm precisão nos cliques e isso pode dificultar o acesso a conteúdos específicos. Aumentando a área clicável dos botões você resolve o problema e garante que sua oferta seja acessada!
Nossa leitura é feita da esquerda para direita, começando sempre pelo topo. Assim, quanto mais para cima estiverem os atalhos para os recursos de acessibilidade, mais fácil será identificá-los. Em um site sem acessibilidade, os leitores de tela precisam passar por todos os menus e submenus até que o usuário encontre o conteúdo que procura, então evite esse problema com um atalho para pular para o conteúdo.
Os atalhos também ajudam os surdos, que são muito visuais. Se você não quiser disponibilizar o botão da janela de libras na lateral da tela (como fazemos aqui no Blog), dê preferência por um botão na barra superior. Disponibilizar um recurso que seja difícil de acessar não vai adiantar nada e ainda vai contra toda a ideia da acessibilidade digital!
Se você já trabalha a acessibilidade digital na sua página e quer garantir que tudo está em ordem, faça uma avaliação online para encontrar pontos adicionais para ajustar. A gente recomenda o avaliador da Access Monitor.
Se você ainda está em um estágio inicial e não sabe por onde começar, vale à pena consultar um especialista. E a gente indica o pessoal da Good Bros, grandes parceiros da Hand Talk. Inclusive, a gente fez um webinar com o fundador da empresa, o Rodrigo Credidio, falando dos 4 Princípios da Acessibilidade Digital e você pode assistir ao vídeo da conversa clicando aqui!
A acessibilidade digital pode parecer uma área de conhecimento bastante ampla para quem não tem muito contato com ela. Mas, no fundo, ela envolve conceitos bastante conhecidos por quem é da área digital, seja quem trabalhe com Marketing, Design ou Programação. Se você se interessou pelo tema, não deixe de conferir os links abaixo para se aprofundar no assunto. Assim você consegue deixar seu site cada vez mais acessível e trazer cada vez mais acessos para ele! 😛
E se você tem outras dicas de acessibilidade digital que podem melhorar o SEO ou uma história sobre o desenvolvimento de um site acessível, manda para a gente nos comentários!
(Veja mais nesse texto da GlobalAd)