Em dezembro de 2017, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) definiu oficialmente o dia 23 de setembro como o Dia Internacional das Línguas de Sinais, atendendo ao pedido da Federação Mundial dos Surdos (WFD). A escolha deste dia é uma homenagem à data em que a WFD foi criada em 1951. Ela marca o nascimento de uma organização de militância, que tem como um de seus principais objetivos a preservação das Línguas de Sinais e da cultura surda.
Assim, a sua primeira comemoração foi em 2018, como parte da Semana Internacional dos Surdos, que é celebrada desde setembro de 1958. Esse é um movimento global de conscientização sobre as lutas que as pessoas surdas enfrentam em seu dia a dia.
Então, o objetivo por trás do Dia Internacional das Línguas de Sinais é educar as pessoas sobre a importância destas línguas para promover a inclusão das pessoas surdas por todo o mundo. Línguas, no plural? É isso mesmo?
Muitas pessoas acreditam que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é universal, mas isso não é verdade. Cada país e cultura possuem sua própria Língua de Sinais. Mas calma, vamos explicar melhor!
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem cerca de 466 milhões de pessoas surdas no mundo, dessas, mais de 2,3 milhões estão no Brasil. Assim como cada país possui seu idioma, o mesmo acontece com as Línguas de Sinais. Estima-se que existem entre 138 e 300 delas por todo o mundo! Além disso, dentro dos próprios países existem variações linguísticas por conta do regionalismo ou mesmo por grupo de afinidades, como a Black ASL, por exemplo.
A comunicação é viva, ou seja, ela se modifica com o passar do tempo, varia de acordo com a localidade e é influenciada pela cultura de cada região. Isso vale para todas as línguas, inclusive para as Línguas de Sinais!
Vamos falar sobre algumas das Línguas de Sinais mais faladas no planeta e um pouco do contexto que as acompanham.
Para entender mais sobre isso, é necessário olharmos para o contexto histórico da comunidade surda:
Até o século XV as pessoas surdas eram mundialmente consideradas ineducáveis. Foi apenas a partir do século XVI, com mudanças nessa visão acontecendo na Europa, que se iniciou a batalha pela educação dos surdos, mas que dura até hoje!
Isso porque as pessoas surdas já foram muito prejudicadas pela falta de acesso à informação, afinal, se não te ensinam na sua língua, como você pode aprender? Em 1880 ocorreu o que ficou conhecido como “Congresso de Milão”. Foi uma conferência internacional de educadores de surdos, que proibiu o uso das Línguas de Sinais. Ou seja, as pessoas surdas não poderiam mais se comunicar através da sinalização e tão pouco poderiam ser educadas nestas línguas.
Ao longo dos anos, muitas bandeiras foram levantadas para que as Línguas de Sinais pudessem ser regularizadas, e aos poucos, com muita luta das pessoas surdas e entusiastas da causa, ela começou a conquistar seu espaço de direito. Ainda há um longo caminho a ser percorrido para chegarmos em um cenário ideal de educação para essas pessoas, mas já tivemos bons avanços até o momento
É por isso que a comunicação em Língua de Sinais é uma conquista para toda essa comunidade e deve ser valorizada e apoiada pelas pessoas ouvintes!
Se você já viajou para algum país que não fala o seu idioma, talvez você saiba como é desafiador realizar atividades básicas do cotidiano sem um bom diálogo. As pessoas surdas ou com deficiência auditiva vivem isso dentro de seus países de origem, e muitas vezes, dentro de seus lares.
Aprender a se comunicar por meio das Línguas de Sinais também é uma tarefa das pessoas ouvintes! Isso pode quebrar muitas barreiras de comunicação e ainda promover a inclusão das pessoas surdas e com deficiência auditiva na sociedade, que na maioria das vezes as excluem por falta de acessibilidade. Se comunicar em Língua de Sinais une a comunidade surda com a ouvinte e valoriza a cultura surda!
Você pode começar hoje mesmo a praticar Libras e ASL com o Hand Talk App! Um aplicativo que utiliza inteligência artificial e os simpáticos tradutores virtuais, Hugo e Maya, para te ensinar de forma didática e prática. Além disso, ainda é um excelente tradutor de bolso para quando precisar de uma mãozinha para sinalizar e se comunicar em Língua de Sinais.