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5 pilares para promover a diversidade, equidade e inclusão na TI

Capa blog post diversidade, equidade e inclusão na TI. Imagem retangular na horizontal com fundo azul claro. Ao centro existe a ilustração de 5 pilares de gesso com o símbolo de acessibilidade acima, centralizado.

Apesar do crescimento da demanda por pessoas na área de tecnologia, principalmente com a chegada da pandemia, está cada vez mais difícil encontrar profissionais qualificados, particularmente em setores como engenharia e desenvolvimento. De acordo com a conferência Brazil at Silicon Valley, um ponto que contribui para essa baixa correspondência é o fato de que cerca de 35% dos cursos da área de Tecnologia da Informação não cumprem os requisitos básicos exigidos pelo mercado. 

Além do fator educação, um outro quesito que torna o suprimento da demanda ainda mais defasado, e que claramente poderia ser resolvido, são barreiras impostas que ainda permeiam o setor tecnológico em pleno século 21. Os estigmas e vieses inconscientes em torno de grupos como mulheres, LGBTQIA+, pessoas negras e pessoas com deficiência impactam na representatividade dentro do setor, mesmo estes atendendo as exigências e qualificações necessárias. 

Um estudo realizado pelo Google Cloud e Kantar com o objetivo de entender os principais desafios em diversidade, equidade e inclusão nas áreas de Tecnologia da Informação no Brasil mostrou pontos importantes que merecem nossa atenção:

  • 29% dos profissionais apontaram que a área de Tecnologia da Informação é a menos diversa em suas organizações;
  • 71% dos entrevistados trocariam as organizações que trabalham por empresas com equipes e ações focadas em diversidade, equidade e inclusão;
  • 98% acreditam que empresas com equipes focadas em diversidade, equidade e inclusão oferecem mais oportunidades de carreira para seus funcionários.

Mais de 35% dos profissionais do setor são homens brancos

Hoje no Brasil, 51% da população é composta por mulheres. Dos quase 213 milhões de brasileiros, 42,7% se declararam como brancos, 46,8% como pardos, 9,4% como pretos e 1,1% como amarelos ou indígenas. 17,3% da população possui algum tipo de deficiência e mais de 18 milhões de pessoas no país fazem parte da comunidade LGBTQIA+. Os grupos considerados minorias juntos são a maioria no Brasil e ainda assim representam uma parcela pequena dos profissionais atuantes na TI. 

O Relatório de Diversidade da Brasscom, divulgado em novembro de 2020, revelou que 56,3% dos trabalhadores do setor são brancos, sendo 20,9% mulheres e 35,5% homens. No agregado, 30,3% são profissionais pretos e pardos, sendo 11,3% mulheres e 19,0% homens. Trabalhadores declarados como indígenas no setor, chegam apenas a 0,1% do total, onde apenas 1/3 é mulher.

Dos principais desafios enfrentados por esses grupos, o estudo do Google Cloud e Kantar trouxe alguns bem marcantes:

  • As mulheres possuem uma representatividade muito baixa, em especial ocupando espaços na liderança. Elas sentem que seus conhecimentos e capacidades são colocados à prova em toda a sua jornada profissional. 
  • Gays, lésbicas e queers sofrem com estigmas relacionados a fragilidade e incapacidade. Além disso, pessoas trans possuem grandes barreiras no acesso à formação adequada. 
  • Ainda existe muita resistência para programas e ações afirmativas de contratação de pessoas pretas. Exclusões históricas também influenciam na formação adequada desse grupo. 
  • Mesmo a TI possibilitando mais acesso ao trabalho, pela alta demanda e condições que favorecem o trabalho remoto, muitas PCDs ainda são contratadas em funções sem perspectivas de crescimento profissional. 

Dados como estes demonstram que ainda há muito o que melhorar nesse setor. A diversidade dentro das organizações contribui não somente para o crescimento dos profissionais que são incluídos, e na ocupação de espaços que já são deles por direito, mas para todos os envolvidos, pois a exposição a diferentes pares cria condições para um ambiente muito mais criativo e colaborativo. 

Promover diversidade, equidade e inclusão é uma necessidade do mercado

Priorizar a diversidade, equidade e inclusão nas empresas não é mais uma alternativa e sim uma necessidade de um mercado que é cada vez mais global, sem fronteiras e multicultural.

Com base nas informações coletadas, o Google Cloud e a Kantar identificaram estes 5 pilares, com a inclusão de mais algumas ações e adaptações consideradas por nós como imprescindíveis, que podem ser oportunidades para promover a diversidade no seu negócio:

  1. Facilitar o acesso: o inglês é realmente necessário para aquela oportunidade? A acessibilidade precisa ser considerada sempre! Desde os requisitos da vaga até mesmo no processo de recrutamento e seleção. Todas as pessoas compreendem o que a empresa quer comunicar? Invista em Libras, descrição alternativa das imagens de vagas e legendas nos desafios. 
  2. Engajar os funcionários: como o tema de diversidade, equidade e inclusão é tratado dentro da organização? Construir um mundo mais justo é  responsabilidade de todas as pessoas, mas a liderança deve estar muito engajada.
  3. Combater os vieses: promova treinamentos internos focados no tema, produza materiais de boas práticas e atividades para líderes e liderados, abra espaço para que as pessoas exponham suas experiências. 
  4. Falar das vantagens: busque formas de comunicar claramente os benefícios da diversidade e da inclusão para os negócios com pesquisas, certificados e rankings, por exemplo.
  5. Estabelecer processos e políticas: desenhe processos, metas e políticas focados no tema. Isso faz a empresa sair do discurso e vivenciar a promoção da diversidade e inclusão na prática.

A sociedade está cada vez mais atenta às empresas que tragam um propósito para além do lucro e considerem a promoção da diversidade como algo vital em seu negócio. Para conquistar essas pessoas – tanto profissionais quanto consumidoras – é preciso respeitá-las e incluí-las como são. 

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