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Alfabeto em Libras: o que é, para que serve e importância

Fundo cinza. No centro está escrito "Libras" em datilologia. do lado direito, o Hugo fazendo o sinal de Libras

Você sabia que a Libras (Língua Brasileira de Sinais) possui um alfabeto manual que corresponde às letras do alfabeto escrito em português? Aprender o alfabeto em Libras é uma boa forma de começar a praticar a Língua de Sinais. Mas calma, se você ainda não sabe o que é ou não sabe por onde começar, acompanhe este conteúdo até o final! 

O que é Alfabeto Manual? 

O alfabeto em Libras, ou alfabeto manual, é um recurso das Línguas de Sinais, que utiliza as mãos para representar as letras do alfabeto escrito (abecedário). Cada letra é representada por uma configuração de mão. 

Ele também é conhecido, principalmente pelas pessoas que já são mais familiarizadas com a comunidade surda, como datilologia ou dactilologia.

Outra curiosidade sobre o alfabeto manual é que existem algumas letras que são bem parecidas umas com as outras, mudando apenas o posicionamento ou o movimento das mãos. Como por exemplo o K, H e P, ou o Q e G.

Qual a importância do alfabeto manual em Libras?

A datilologia é muito importante, pois é utilizada para soletrar as palavras, auxiliando na interlocução de duas línguas diferentes, a verbal e a de sinais, como o português e a Libras

Quando é usado o alfabeto em Libras?

O alfabeto em Libras tem diversas utilidades para as pessoas que se comunicam nesta língua e para quem está começando a aprendê-la. Vamos dar alguns exemplos práticos:

  • É usado para se referir a uma pessoa (nomear) que não foi batizada com um sinal em Libras, ou até mesmo que possui um sinal, mas deseja dizer o nome completo;
  • Para soletrar palavras que não possuem um sinal em Libras, endereços, cidades e siglas;
  • Para soletrar palavras em momentos que alguém na conversa não possui o conhecimento daquele determinado sinal;
  • Para perguntar os sinais que ainda não conhecemos. Como por exemplo: “Qual o sinal de b-a-n-a-n-a?”. Nesse caso, fazendo a datilologia de “banana”;
  • Para explicar para uma pessoa surda a forma escrita de uma palavra em português;
  • Para soletrar palavras cujos sinais são influenciados pelo regionalismo, ou seja, sinais que variam de acordo com a região do país;
  • É muito comum para soletrar o nome de cidades, estados, países, ou até mesmo de figuras públicas e personagens, pois nem sempre são sinais conhecidos por todas as pessoas, ou podem ser conhecidos por diferentes sinais;
  • Também é bastante usado para ensinar Libras para iniciantes, já que dá base para as próximas fases do aprendizado e auxilia quem ainda não possui um vasto conhecimento de sinais e gramática.

Vale destacar que fazer o alfabeto manual não é se comunicar em Libras! O uso da datilologia em excesso em uma conversa causa um efeito ruim, torna a conversa confusa e não é acessível. Afinal, a Língua Brasileira de Sinais possui mais de 14 mil sinais e 5 parâmetros que fazem toda a diferença na comunicação.

Quais os 5 parâmetros da Libras?

A Língua Brasileira de Sinais conta com 5 parâmetros que devem ser aplicados durante a comunicação que influenciam na compreensão. Sendo eles:

A configuração da mão:

A posição dos dedos e da mão em um sinal pode mudar completamente o significado daquele sinal. Já demos o exemplo da letra “G” e “Q”, pois a configuração dos dedos é a mesma, o que muda é apenas que no “G” a mão está apontando para cima e na “Q”, aponta para baixo.

Outro exemplo são os sinais de aprender e sábado, que possuem a mesma configuração de mão, mas são realizados em diferentes partes do corpo: na testa e na boca.

O ponto ou local de articulação:

Este parâmetro é sobre o ponto onde os sinais podem ser realizados. Eles podem ser feitos em um ponto neutro, como na frente ou ao redor do rosto, pescoço, peito e barriga. Mas também podem ser feito tocando em pontos, como na testa, ombro, mão, braço etc.

O movimento:

Alguns sinais são feitos em movimento, enquanto outros são estáticos. Os movimentos podem ser linear, circular, para baixo, para cima, para frente, para trás, para direita, para esquerda etc. Como por exemplo, “chorar”, que colocamos os dedos indicadores das duas mãos nos olhos e os movimentamos para baixo, simulando as lágrimas escorrendo. 

Já quando não são sinais em movimento e sim estáticos, após ajustar a configuração daquele sinal, ele não se mexe mais até mudar para o próximo sinal. Como por exemplo o sinal de “em pé”, que colocamos os dedos indicador e do meio da mão direita em cima da palma da mão esquerda virada para cima.

A orientação da palma das mãos:

Esse parâmetro define a direção ou orientação da palma da mão, ou seja, para onde ela deve apontar. Ele é importante, pois alguns sinais possuem a mesma configuração de mãos, o mesmo ponto de articulação e mesmo movimento, mas se diferem apenas pela orientação da mão. Como por exemplo o sinal de “ir” e de “vir”. Em “ir” a palma da mão está apontando para baixo, enquanto no de “vir” ela aponta para cima. Assim como os sinais de “subir” e “descer”, “acender” e “apagar”, e “abrir” e “fechar”. Todos estes são iguais, mudando apenas a orientação da palma das mãos.

A expressão facial e/ou corporal:

A expressão facial e corporal na Libras, incluem os movimentos do rosto, sobrancelhas, olhos, bochechas, boca, cabeça, tronco etc, auxiliando principalmente na expressão dos sentimentos. Esse é um elemento chave para captar a mensagem, a emoção transmitida e se conectar verdadeiramente com as pessoas através da comunicação em Língua de Sinais.

Como é o alfabeto em Libras?

No alfabeto em Libras, cada letra é representada por uma configuração de mão, como na imagem abaixo:

Fundo cinza. Do início ao fim da imagem, ela é ilustrada com o abecedário em Libras com a letra correspondente em embaixo.
Alfabeto manual

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Conclusão

O alfabeto manual em Libras, ou datilologia, é uma ferramenta da Língua de Sinais que serve como base para esta língua, assim como o abecedário é para o português e outras línguas faladas. Ele é muito útil em diversas situações no cotidiano das pessoas que se comunicam em Libras, como para soletrar nomes e sinais não muito conhecidos.

Além disso, é indispensável para as pessoas que estão começando a aprender a língua, já que podem auxiliar em uma conversa em que você não domina todos os sinais, por exemplo. 

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