Desde a virada do século, no começo dos anos 2000, ouvimos que estamos vivendo a era digital. Hoje, mais de 20 anos depois, nós vivemos cada vez mais imersos e dependentes da tecnologia. A internet é quase sinônimo de trabalho, facilidade, locomoção, informação, educação, relacionamento e muito mais. Mas você já parou para pensar que ela pode não estar acessível para todas as pessoas? É aí que entra a acessibilidade digital!
Incluir acessibilidade digital em um site é tão importante quanto um arquiteto planejar elevadores nos prédios para o acesso de pessoas que usam cadeiras de rodas.
Ela é um conjunto de soluções que possibilitam que as pessoas com deficiência naveguem pela web com autonomia e independência, pois é o instrumento que quebra essas barreiras que dificultam o acesso para elas à internet.
Por isso, deve ser levada a sério nos processos de construção de sites e também na comunicação completa do seu negócio ou até mesmo em redes pessoais. Além disso, vale lembrar que acessibilidade digital não beneficia apenas pessoas com deficiência. Ela melhora o dia a dia de todo mundo!
No Brasil, existem mais de 17,3 milhões de pessoas com deficiência. Embora tenham leis vigentes que visam garantir a acessibilidade e inclusão para as pessoas com deficiência, como a LBI (Lei Brasileira de Inclusão), e a conscientização coletiva tenha aumentado nos últimos anos, os avanços ainda são muito lentos no Brasil devido à pouca mão de obra especializada em tecnologia.
Segundo estudo realizado pelo Movimento Web Para Todos em parceria com o BigData Corp, atualmente menos de 1% dos websites brasileiros estão totalmente acessíveis para as pessoas com deficiência. Isso significa que um público que representa mais de 8,4% da população do país, está sendo excluído dos ambientes digitais.
Na pandemia, as nossas vidas que já estavam bastante ligadas ao mundo tecnológico, ficaram ainda mais digitalizadas. Apesar de já existirem ferramentas super atualizadas de acessibilidade digital para acompanhar esse ritmo, a sua implementação ainda está longe do ideal. É um trabalho de todas as pessoas exercitar a inclusão em nosso país, por isso conte com o blog do Hugo para continuar aprendendo dicas relacionadas.
A acessibilidade digital é indispensável para que as pessoas com deficiência possam cumprir suas funções básicas online de forma independente. Como, realizar compras na internet, se informar sobre as notícias do Brasil e do mundo, se relacionar através das redes sociais, estudar, trabalhar etc.
Mas, na verdade, muitas soluções em acessibilidade são úteis para todos os públicos, como idosos, crianças e pessoas que estão momentaneamente com alguma limitação física. Pense que você pode estar um dia com o seu braço dominante imobilizado, como navegar na web com uma mão só? Atalhos de teclado, por exemplo, são uma forma de acessibilidade que melhora a vida de muita gente.
E claro, legalmente falando, a acessibilidade digital é obrigatória! Inclusão é direito das pessoas com deficiência e existem algumas leis para isso. A Lei Brasileira de Inclusão, que foi mencionada anteriormente, tem como objetivo assegurar os direitos destas pessoas, contemplando as mais variadas áreas.
Desde garantir o respeito a essas pessoas, até a exigência e fiscalização de acessibilidade em comércios físicos e online. Também temos a Lei do SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), que corresponde à exigência de acessibilidade no atendimento ao consumidor.
Além disso, o Google entende quão importante é a acessibilidade digital para que as pessoas com deficiência possam navegar com autonomia. Deste modo, seus algoritmos que validam o rankeamento (posicionamento da página no mecanismo de busca), valoriza e beneficia as páginas que estão acessíveis, pois entende que aquele conteúdo é útil para mais pessoas.
Então, se você quer aparecer no topo do Google, a acessibilidade pode ser um grande coringa.
A WCAG 2.2 (Web Content Accessibility Guidelines – Diretrizes de Acessibilidade de Conteúdo da Web, em portguês) é um guia com diretrizes para garantir um padrão mundial de acessibilidade online. Nele está estabelecido 4 principais tipos de acessibilidade:
Todos os elementos, incluindo as informações gráficas e textuais da página, devem estar perceptíveis aos sentidos. Nada pode estar invisível ou escondido.
Os botões, controles e outros elementos interativos da página, devem ser operados com cliques e outras adaptações, como: rolando, deslizando, comando de voz e outros dispositivos assistivos.
Todas as informações disponíveis, incluindo botões e seus direcionamentos, devem estar apresentadas de forma lógica e compreensível para todos os usuários.
O conteúdo da página deve ser compatível com todos os dispositivos, incluindo as tecnologias assistivas.
O único jeito de garantir a acessibilidade digital é seguindo as diretrizes WCAG 2.2. Este guia contém especificações importantes sobre como construir uma web acessível. É importante lembrar que as diretrizes vivem em constantes atualizações para contemplar cada vez mais questões relacionadas à promoção da autonomia do maior número de usuários possível.
Outro ponto crucial é contar com pessoas com deficiência como parte do processo de construção de um site acessível. Afinal, quem melhor do que elas mesmas para essa validação? Existem profissionais com deficiência super qualificados para integrar ao seu time de tecnologia.
Também é interessante fazer testes com pessoas com diferentes deficiências, certificando que os recursos estão contemplando diversas questões de acessibilidade.
Além disso, conte com tecnologias assistivas e certifique-se que a sua comunicação também está acessível para todos os públicos.
Tecnologia assistiva é o termo utilizado para se referir a todas as ferramentas que facilitam a vida das pessoas com deficiência. Isto é, as soluções em acessibilidade para o ambiente físico ou digital.
Alguns exemplos de tecnologias assistivas são:
Para garantir que você e a sua marca estão conversando com todos os públicos, incluindo as pessoas com deficiência, é fundamental pensar nos recursos de acessibilidade que estão sendo utilizados nesta comunicação. Uma boa dica é criar conteúdos multissensoriais, ou seja, que podem ser consumidos e compreendidos mesmo sem utilizar algum dos sentidos.
As legendas em vídeos são essenciais para uma comunicação acessível e ainda é um recurso simples de incluir. Isso beneficia não apenas as pessoas surdas, com deficiência auditiva, ou com deficiências cognitivas, mas também auxilia as demais que desejem assistir ao vídeo sem som por qualquer motivo.
As descrições de imagens, também conhecidas como texto alternativo, ou ALT, são um recurso que auxilia pessoas cegas ou com baixa visão a compreenderem a mensagem que está sendo transmitida via imagem. O ideal é incluir estes textos em todas as imagens tanto do seu site, quanto em publicações de outros canais de comunicação.
Estruture o conteúdo nas páginas de maneira lógica e compreensível. Pense bem na hierarquia dos títulos e subtítulos (também conhecidos como heading tags).
O título com a tag H1 deve trazer a informação sobre o que se trata o conteúdo da página. Já o H2, H3, H4 e assim por diante, são os subtítulos. Respeitar essa ordem proporciona uma leitura e compreensão mais fluida.
A tecnologia tem sido uma grande aliada da inclusão digital. Os plugins de acessibilidade são desenvolvidos para facilitar a navegação de pessoas com deficiência no seu site, tornando mais cômodo para elas. Essas ferramentas devem ser instaladas de forma simples no site pelo time de tecnologia.
Como é o caso do Hand Talk Plugin, uma solução em acessibilidade digital que traduz todo o conteúdo de texto das páginas web em Português para a Língua Brasileira de Sinais. Isso permite que as pessoas surdas ou com deficiência auditiva, que se comunicam com a Libras, possam acessar a sua marca com mais autonomia.
Como falamos ao longo do texto, investir em acessibilidade digital é estar contribuindo para a inclusão digital das pessoas com deficiência, mas não são apenas elas que são beneficiadas com isso, os impactos positivos se estendem para as organizações que se preocupam com ela:
A acessibilidade digital vai de encontro ao bem estar e responsabilidade social, pois possibilita a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Ela está ligada às práticas ESG (Ambiente, Social e Governança, em português) no âmbito do “social”, que reforça a importância da inclusão nos relacionamentos humanos com todos os públicos, seja ele interno ou externo.
E ainda aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), mais especificamente o de número 10, que diz respeito à redução da desigualdade.
Uma marca engajada com causas sociais e que cumpre com práticas sustentáveis, só tende a desenvolver sua imagem cada vez mais positiva perante ao público.
Uma pesquisa realizada pela Accenture revela que 62% dos consumidores preferem comprar de marcas que estão envolvidas com causas sociais e de diversidade e inclusão. Além de que 47% das pessoas estão dispostas a desistir da compra caso se desapontem com as condutas da empresa.
A acessibilidade digital promove a inclusão das pessoas com deficiência no ambiente online, e ainda, as marcas que investem neste âmbito só tendem a ganhar e crescer!
Com o avanço da tecnologia, já existem inúmeros recursos disponíveis para cumprir com este propósito e derrubar as barreiras de acessibilidade presentes na internet. Se você ainda não sabe por onde começar, te convidamos a conhecer mais sobre o Hand Talk Plugin e começar ainda hoje a criar uma web mais justa para todas as pessoas!